“Milk – A Voz da Igualdade”, filme do polêmico, vanguardista e crítico Gus Van m Sant, um dos mais engajados diretores americanos, chega finalmente ao cinema, trazendo o peso de vários prêmios e indicações nos principais festivais de cinema do mundo. Bafta, Globo de Ouro, Independent Spirit Awards, e o mais popular de todos. o Oscar. Mas não é isso que faz dele o filme essencial que é. Acima de tudo, mais que um filme gay, “Milk” discute algo maior, a liberdade individual. A liberdade de simplesmente ser quem se é. Que não é mas deveria ser inerente a qualquer ser humano. O personagem Harvey Milk, vivido com segurança e entrega absoluta por Sean Penn, foi o primeiro americano assumidamente gay a ser eleito a um cargo público. Na cidade, hoje considerada a cidade mais gay dos EUA, São Francisco. A construção do personagem por Sean Penn é incrível. A voz modificada, o olhar, as mãos. Em momento algum, Sean olha, fala e se comporta como Sean Penn. Esquecemos dele e vemos somente Harvey Milk.
Liberdade. É isso que filme discute. Mas também o ódio dos intolerantes, a incompreensão de políticos, religiosos e do povo em geral, em não aceitar o diferente. E muitas vezes, em não se aceitar. Talvez esse o grande motivo o fim do personagem. Assassinado brutalmente por seu colega de trabalho Dan White, interpretado pelo ótimo Josh Brolin. Interessante observar a presença constante de Anita Bryant, lutando contra a liberdade de expressão e contra os direitos gays, porém sempre em imagens documentais. Anita Bryant é um dos personagens do filme, mas não interpretada por nem uma atriz. É sempre realmente, a própria Anita que aparece no filme com suas declarações de intolerância. Anita Bryant virou sinônimo dessa intolerância, e sua luta contra os direitos homossexuais, acabou os unindo e fortalecendo movimentos GLS em todo os EUA.